quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Leitura fantástica sobre a Coreia do Norte

O livro número 10 da meta é uma pérola. Já digo de antemão que adorei ler cada página dele. Eu gosto de informação e sobretudo quando ela é passada de uma forma imparcial e isenta, algo que é realmente muito difícil na mídia hoje em dia, principalmente se tratando do tema do livro. Bom, o livro é este aqui: Nada a invejar: Vidas comuns na Coreia do Norte, da Barbara Demick. 





Existe uma vasta literatura, em inglês, sobre a Coreia do Norte. No próprio livro há diversas dessas referências. O que eu mais gostei nesse livro foi a forma do discurso feito pela Barbara, que em nenhum momento deixa o texto ficar chato ou cansativo. Ela prende nossa atenção do início ao fim, relatando o resultado de horas e horas de entrevistas com dissidentes do regime Norte Coreano e relatos de informantes que não são identificados por razões óbvias de segurança, por viverem dentro da Coreia do Norte. Os relatos ganham credibilidade porque descrevem alguma coisa do que se pôde comprovar. Um exemplo é a descrição exata de como é feita uma execução pública na Coreia do Norte. Há um vídeo no youtube que foi, de alguma forma, feito clandestinamente, mas que é exatamente o que foi descrito no livro. O vídeo é esse, mas aconselho não assistir pois as cenas são fortes mesmo. 
De qualquer forma, na minha opinião, esse é o livro mais completo sobre a Coreia do Norte que pude ler até agora. Leitura que vale a pena pra quem quer se informar.

Abraço pra todo mundo



    

Para os viajantes de plantão

Depois de um tempão sem escrever aqui, voltei pra passar impressões rápidas sobre algumas coisas que ando lendo, apesar do tempo cada vez mais curto. Aliás, minha meta de leitura pra esse ano não será comprida na totalidade, mas pelo menos da metade vou dar conta, o que já é alguma coisa. 
O livro número 9 da meta eu estava querendo ler faz tempo. É este aqui: 





É a parte escrita de um programa do MultiShow que eu adoro, que tem o mesmo nome. A ideia é mostrar o outro lado de lugares que a maioria das pessoas considera ruins, além de outros adjetivos pejorativos. Um grupo de quatro amigos resolveram fazer essa aventura e nos mostrar o outro lado da moeda de lugares como o Irã, Iraque, Afeganistão, Coreia do Norte, dentre outros. É uma viagem que realmente vale a pena. Me identifiquei muito com o programa e com o livro, pois adoro viajar, e sempre monto meus próprios roteiros. Há um dvd do programa que também é excelente e, ao contrário do que eu pensei, mostra coisas diferentes e novas das que estão escritas no livro. Gostei particularmente da parte relacionada à Coreia do Norte, tanto no livro quando no dvd. 
É uma leitura pra abrir mentes, sem dúvidas. Uma das melhores que fiz esse ano. Parabéns pro André Fran e todos que fazem o programa!

Abraço pra todo mundo




domingo, 16 de junho de 2013

Entendendo a Guerra da Coreia

Nestes tempos de ameaças de conflitos armados na península coreana, fontes que tragam informações confiáveis estão em falta, sobretudo se considerarmos que a Globo é uma das únicas fontes que existem no Brasil para esse tipo de informação. Esses dias eu terminei a leitura de um livro esclarecedor no que se refere ao conflito coreano e seu contexto. Falo de A Guerra da Coreia: Nem vencedores, nem vencidos, de Stanley Sandler. 






Pra mim, esse livro foi um achado. É muito difícil encontrar uma publicação em português tão rica em detalhes quanto essa. Acho que sobre o livro, prefiro que as pessoas leiam e tirem suas próprias conclusões a respeito das análises do professor Sandler. Eu concordo com ele em praticamente tudo, e esse livro nos dá uma ideia muito boa e nos ajuda a entender em pouco sobre o que o ocorre nas Coreias e o porque desse conflito ser tão problemático. Creio ser uma leitura indispensável pra quem quer se livrar de todas essas besteiras sobre a Coreia que vemos na TV e nos noticiários brasileiros.

Aproveitando esse post, lembrei de um filme que assisti a um tempo e que achei muito bom, bom mesmo. Welcome to Dongmakgol e a sinopse é a seguinte:

Guerra da Coréia, 1950. Após uma batalha, soldados de ambos os lados - Coréia do Norte, comunista e Coréia do Sul, capitalista - acabam se encontrando em Dongmakgol, um vilarejo que não sabe nada do que está acontecendo na própria Coréia!
Com isso, a confusão acontece! Como convencer um povo pacífico de que está acontecendo uma guerra lá fora e que os inimigos são os soldados que estão com o uniforme diferente?
É um filme incrível, talvez o meu filme coreano preferido. Tem uma fotografia linda, técnicas de filmagem absurdas, humor, cenários belíssimos (a própria Dongmakgol é uma pintura!), e personagens carismáticos ao extremo!
Sei que um fansub já legendou esse filme, mas a nossa versão é a DVD-RIP, com toda a qualidade JDRAMA, em um filme lindo que deve ser visto por todos e que, com certeza, vai responder a uma pergunta: para quê servem as guerras?     


Essa sinopse está no site de onde baixei o filme. Acho que os links ainda funcionam. As legendas estão em português. É um filme realmente legal.
Há uma versão em espanhol no youtube, pra quem não tiver paciência de baixar e entender espanhol, claro.

Quanto ao livro, eu o comprei a algum tempo na estante virtual, mas não o encontrei mais, infelizmente, então não tenho como indicar links de onde comprar. A página da editora que está no livro não funciona mais, então a única opção é procurar em sebos. Se vocês conseguirem alguma informação, escrevam aqui, por favor. Boa sorte!


Abraço pra todo mundo!









segunda-feira, 10 de junho de 2013

Paris

Eu gosto de escrever sobre as viagens que faço. Não são muitas, mas com certeza são intensas. Resolvi escrever um pouco sobre minhas viagens feitas em anos anteriores. Todas estão muito bem documentadas e gostaria de compartilhar aqui minhas impressões sobre diversos lugares no Brasil e no mundo onde já estive.
Pra começar bem, vou relembrar Paris. Ela é a cidade mais visitada do mundo e estando lá você pode saber o motivo. É uma cidade maravilhosa, mas isso todo mundo já sabe, por isso não vou ficar falando muito sobre o que todo mundo vê. Eu tive a oportunidade de passar meu aniversário lá, em 2010, com grandes amigos.



Neveeeeee


Com a japinha (Nathália Kato)















Eu ainda posso lembrar meu plano inicial: Ficar em Paris por 4 dias e depois ir para Berlim, já que eu tinha ingressos pra assistir a Filarmônica de Berlim no dia 11/12 (Dia do meu aniversário). Mas a companhia aérea acabou cancelando o voo por causa da neve. Mas acabou que foi muito bom continuar lá ter mais 3 dias pra conhecer as coisas. 
Eu acho que Paris foi uma experiência muito boa. Eu lembro de uma coisa que me fez pensar sobre o quão diferentes podem ser as pessoas. Duas situações completamente opostas.
No primeiro caso, uma visita ao Louvre. Eu esqueci que os franceses não gostam, em geral, de falar outro idioma que não seja francês. Nathália perguntou pro cara da bilheteria se ele falava inglês, e ele foi extremamente estúpido com a gente, falando alto e apontando o dedo. Daí nós fomos imediatamente para outro atendente. Ficamos sem palavras porque não consigo imaginar um lugar mais internacional do que o Louvre, e falar inglês deveria ser um requisito básico pra trabalhar lá, o que não era o caso do "papel de embrulhar pregos" que atendeu a gente nesse dia.
No segundo caso, nesse mesmo dia, estávamos completamente perdidos. Ficamos parados em frente a uma das estações do metrô, tentando achar o caminho pra chegar até a casa onde estávamos hospedados. Nathália estava com um sapato muito ruim, que não era impermeável, e estava nevando. Ela realmente tava passando mal, quando de repente, surge uma senhora de uns 70 anos, saindo do metrô e nos vê lá, parados, com cara de nada procurando coisa nenhuma, e perguntou em inglês, francês e espanhol se nós precisávamos de ajuda. Confesso que já fiquei feliz só por ela ter perguntado isso. Ela ficou conosco até resolvermos tudo o que precisávamos. Ela foi tão generosa que a gente até ficou com um pouco de vergonha. Mas ficamos muito agradecidos, e ela ficou muito feliz de ter nos ajudado. Eu acho que o mundo precisa de mais pessoas como a senhora idosa que nos ajudou e menos de pessoas como o cara do Louvre. 

Na parte da culinária, o que pude perceber é que o equivalente francês para o arroz é a batata. Em geral, qualquer prato básico tem algum tipo de batata. Lembro que nós fomos num restaurante e não tinha cardápio em inglês, e os caras que atendiam também não falavam nada de inglês (mas foram legais e tentaram ajudar), daí a gente acabou pedindo qualquer coisa, no chute mesmo, e sabe o que veio? Peixe com batatas e.......chocolate quente...kkkkkkkk. Queria ter feito uma foto da nossa cara quando a comida chegou. Uma coisa que comemos muito porque era barato e tinha em todo lugar foi quiche. Eu lembro que nós comemos muito bem, em geral, até nos lugares onde não entendíamos nada do que estava no cardápio. Mas em geral é caro também.






No mais, a viagem foi ótima. É uma cidade que vale muito a pena conhecer. Programar vários dias por lá pode ser muito bom. Portadores de passaporte brasileiro não precisam de visto para viagens de até 90 dias, ou seja, se você quiser passar suas férias lá, pode programar de cabeça fria. Paris é uma cidade cara, então se programe pra isso também. Você vai gastar euros rapidamente por lá. Eu tive a sorte de ter amigos morando lá, e não precisei ficar em hotel, mas se você precisar e não tiver frescura com isso, tem opções muito em conta, como o F1 (Que é igual no mundo todo). Deixar isso nas mãos de uma agência de viagens pode ser a solução. Eu particularmente não gosto muito. Gosto de programar minhas viagens, assim posso fazer coisas fora dos roteiros "clichês" que todo mundo faz. Acho mais interessante.     

Visitar Paris é muito legal. Se vocês tiverem oportunidade, conheçam também!!!


Abraço pra todo mundo
























  

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Andando pela Polônia!!

Bom, quero compartilhar aqui algumas experiências legais, e outras não tão legais assim, que tive na minha última viagem. O destino? Polônia.

Pra começar, o motivo dessa viagem foi puramente profissional. Passeando pela internet, descobri um festival de clarinetistas que já acontece a vários anos na cidade de Wroclaw, e se chama Clarimania, seguido do ano de realização. E ao mesmo tempo vi que o Edital de Intercâmbio e Difusão Cultural do Ministério da Cultura estava aberto (esse edital serve pra custear passagens de artistas que querem participar de eventos, cursos, festivais ou apresentar trabalho, no mundo todo), me inscrevi e fui selecionado. 

A viagem começou por Varsóvia. Na verdade, fiquei só uma hora na cidade, porque, na chegada, fui direto pra uma outra cidade encontrar com uma amiga polonesa, a Margo. Uma dica valiosa, que na verdade vale pra viagens em qualquer lugar do mundo: nunca pegue taxi que não seja oficial, daqueles que te abordam logo na saída do portão de desembarque. Eles cobram mais caro e não são seguros. Cheguei à Katowice de trem. Essa viagem foi bem engraçada. Primeiro porque na hora de comprar o bilhete, não encontrei nenhum atendente que falasse nadinha de inglês, ou seja, tive que comprar tudo na mímica. Mas finalmente consegui e cheguei a Katowice, onde a Margo já estava me esperando. Nesse dia eu estava cansado, muito cansado, mas fui recompensado com uma comida deliciosa preparada pela Margo exclusivamente para mim. Comer tão bem, depois de uma viagem de quase 22 horas, foi divino. Mil vezes obrigado, Margo!!























No dia seguinte, minha amiga e mais um amigo dela, o Sebastian, e eu fomos de carro até o antigo campo de concentração nazista de Auschwitz. Confesso que foi uma experiência, no mínimo, diferente. Andar naquele lugar, onde tantas pessoas perderam a vida de uma forma horrível, ver os cabelos das mulheres que eram enviadas à câmara de gás quase que imediatamente a sua chegada ao campo, milhares de sapatos de crianças, jovens, adultos e idosos, óculos, panelas usadas nas refeições, as "camas" onde essas pessoas dormiam, os fornos crematórios onde milhões de pessoas simplesmente viraram pó, e junto a tudo isso, fotos dessas pessoas, dá uma sensação horrível, indescritível. Olhar tudo aquilo, os relatos que você pode ver ali, dá uma ideia de até onde pode chegar a brutalidade humana.



Entrada do campo










Enfim, vamos parar de falar sobre coisas ruins, e vamos falar da parte divertida da viagem. Depois do campo, fomos parar na Eslováquia. Isso mesmo, pensamos, "Ora bolas, a fronteira é pertinho, porque não?", e fomos direto pra lá, com a ideia de almoçar e voltar, porque ainda tínhamos muito chão pela frente ainda. Esse foi nosso almoço lá...delicioso. Na estrada, fiz umas fotos também:


Esse negócio aqui eu realmente não vou lembrar o nome, desculpem!


Garlic soup





Foto de calendário 


Depois da Eslováquia, fomos pra Cracóvia, que fica não muito longe de lá. Na verdade, essa é uma grande vantagem de viajar na Europa. Tudo é muito perto e fácil de chegar, porque o transporte por lá é sempre muito bom. Lá, nós fomos visitar uma mina de sal impressionante. Fica a uns 200 metros de profundidade e tem tantos salões que eu perdi a conta. Abaixo, algumas fotos da mina fitas pela Margo. É um lugar incrível. Tudo lá embaixo é feito de sal. Tem até uma igreja. Vejam que linda também a parte externa do lugar onde fica a mina:




Foto by Margo

Foto by Margo

Foto by Margo



Lindo, né?




A visita à mina terminou tarde, então voltamos para Katowice.
No outro dia lá estava eu, de novo no trem, indo pra Wroclaw, minha parada nos próximos 5 dias. Não vou falar sobre o festival Clarimania 2013 aqui. Vou deixar para um post especial.
Wroclaw é uma cidade muito bonita. Gostei muito de ter visitado. Pessoas que sempre querem ajudar, receptividade calorosa, principalmente por parte do pessoal da Wroclaw Academy of Music. O clima estava agradável, na maioria do tempo fez entre 15º e 21º C (tirando a quinta-feira, que fez um calor miserável de 30º C). É muito fácil chegar aos lugares, os taxistas em geral falam inglês. As pessoas que trabalham nos restaurantes, bares e outros lugares que tem um fluxo grande de turistas também, apesar de ter momentos em que o inglês não serve pra absolutamente nada, como quando você está numa roda de pessoas em que todo mundo é polonês. Esse é um ponto importante: polonês não é uma língua que se pareça com nada conhecido. Ver um grupo de poloneses conversando é igual a ver um grupo de coreanos ou japoneses, você não vai ouvir nada similar ao português, inglês, espanhol ou seja lá o que for. 




Praça do mercado de Wroclaw






Depois dos dias maravilhosos do festival, voltei para Varsóvia num voo bem rápido da Lot Airlines. Eu poderia ter ido de trem, mas desisti porque queria aproveitar o pouco tempo que teria em Varsóvia e conhecer o máximo que pudesse da cidade. A primeira impressão foi a mesma de quando se chega a qualquer grande cidade do mundo. Gente de todos os lugares, acesso fácil à qualquer lugar, muita poluição visual na parte "comercial" da cidade. Entretanto essa impressão foi pelos ares quando visitei a cidade antiga. Antes de ir lá, visitei o Museu Chopin, que tem algumas relíquias interessantes, como dois pianos que pertenceram à Chopin, a máscara mortuária e até uma mecha dos cabelos dele. Foi uma visita interessante. 



Museu Chopin

Piano do Chopin


Centro de Varsóvia
Edifício do Palácio da Cultura


Arredores do hotel

  No dia seguinte visitei dois lugares importantes. Um deles é o Cemitério Judeu de Varsóvia. É um lugar que lembra o gueto de Varsóvia, onde milhares de judeus foram mortos durante a Segunda Guerra Mundial. É um lugar meio abandonado, mas ainda em atividade. É o cemitério judeu mais antigo da Europa, segundo o que eu li.





Monumento à memória das crianças assassinadas no gueto


Por último, e não menos importante, visitei a Cidade Antiga de Varsóvia. Pensar que esse lugar foi quase totalmente destruído por Hitler, nos faz ficar impressionados com a beleza e conservação. É um verdadeiro exemplo. As imagens falam por si só.



Essa foto mostra como ficou a cidade antiga logo após o fim da Segunda Guerra









Uma coisa que chama a atenção é que, não somente em Varsóvia, mas em praticamente todos os edifícios grandes que entrei em Katowice, Cracóvia e Wroclaw, você pode ver, geralmente em um lugar muito visível, fotos do edifício destruído na época da guerra e, ao lado, a foto depois que ele foi restaurado. A guerra é sempre lembrada em todos lugares e essa lembrança ainda é muito forte entre os polonoses. O campo que visitei está sempre lotado de pessoas, e em geral, todos esses lugares que lembram a época da guerra também. Chama atenção igualmente a limpeza. Todos os lugares que andei, as cidades, praças, ruas etc, são extremamente limpos e bem cuidados. Não vou ficar comparando aqui cidade A ou B, porque acho que isso é um exercício inútil, que não muda nem uma coisa e nem outra, mas a sensação de andar por um lugar limpinho é muito boa.
Infelizmente, depois desse dia, tinha que voltar ao Brasil, mas adorei conhecer a Polônia. Eu disse pra Margo que a próxima vez que for lá, vou no inverno. Obviamente sempre vão faltar coisas pra contar, mas espero que gostem e visitem a Polônia também.

Esse post acabou ficando longo  :P  Obrigado pra você que leu até aqui.


Abraço pra todo mundo!! 

  

Atualizado em 03/06/2013 *