sexta-feira, 17 de maio de 2013

Andando pela Polônia!!

Bom, quero compartilhar aqui algumas experiências legais, e outras não tão legais assim, que tive na minha última viagem. O destino? Polônia.

Pra começar, o motivo dessa viagem foi puramente profissional. Passeando pela internet, descobri um festival de clarinetistas que já acontece a vários anos na cidade de Wroclaw, e se chama Clarimania, seguido do ano de realização. E ao mesmo tempo vi que o Edital de Intercâmbio e Difusão Cultural do Ministério da Cultura estava aberto (esse edital serve pra custear passagens de artistas que querem participar de eventos, cursos, festivais ou apresentar trabalho, no mundo todo), me inscrevi e fui selecionado. 

A viagem começou por Varsóvia. Na verdade, fiquei só uma hora na cidade, porque, na chegada, fui direto pra uma outra cidade encontrar com uma amiga polonesa, a Margo. Uma dica valiosa, que na verdade vale pra viagens em qualquer lugar do mundo: nunca pegue taxi que não seja oficial, daqueles que te abordam logo na saída do portão de desembarque. Eles cobram mais caro e não são seguros. Cheguei à Katowice de trem. Essa viagem foi bem engraçada. Primeiro porque na hora de comprar o bilhete, não encontrei nenhum atendente que falasse nadinha de inglês, ou seja, tive que comprar tudo na mímica. Mas finalmente consegui e cheguei a Katowice, onde a Margo já estava me esperando. Nesse dia eu estava cansado, muito cansado, mas fui recompensado com uma comida deliciosa preparada pela Margo exclusivamente para mim. Comer tão bem, depois de uma viagem de quase 22 horas, foi divino. Mil vezes obrigado, Margo!!























No dia seguinte, minha amiga e mais um amigo dela, o Sebastian, e eu fomos de carro até o antigo campo de concentração nazista de Auschwitz. Confesso que foi uma experiência, no mínimo, diferente. Andar naquele lugar, onde tantas pessoas perderam a vida de uma forma horrível, ver os cabelos das mulheres que eram enviadas à câmara de gás quase que imediatamente a sua chegada ao campo, milhares de sapatos de crianças, jovens, adultos e idosos, óculos, panelas usadas nas refeições, as "camas" onde essas pessoas dormiam, os fornos crematórios onde milhões de pessoas simplesmente viraram pó, e junto a tudo isso, fotos dessas pessoas, dá uma sensação horrível, indescritível. Olhar tudo aquilo, os relatos que você pode ver ali, dá uma ideia de até onde pode chegar a brutalidade humana.



Entrada do campo










Enfim, vamos parar de falar sobre coisas ruins, e vamos falar da parte divertida da viagem. Depois do campo, fomos parar na Eslováquia. Isso mesmo, pensamos, "Ora bolas, a fronteira é pertinho, porque não?", e fomos direto pra lá, com a ideia de almoçar e voltar, porque ainda tínhamos muito chão pela frente ainda. Esse foi nosso almoço lá...delicioso. Na estrada, fiz umas fotos também:


Esse negócio aqui eu realmente não vou lembrar o nome, desculpem!


Garlic soup





Foto de calendário 


Depois da Eslováquia, fomos pra Cracóvia, que fica não muito longe de lá. Na verdade, essa é uma grande vantagem de viajar na Europa. Tudo é muito perto e fácil de chegar, porque o transporte por lá é sempre muito bom. Lá, nós fomos visitar uma mina de sal impressionante. Fica a uns 200 metros de profundidade e tem tantos salões que eu perdi a conta. Abaixo, algumas fotos da mina fitas pela Margo. É um lugar incrível. Tudo lá embaixo é feito de sal. Tem até uma igreja. Vejam que linda também a parte externa do lugar onde fica a mina:




Foto by Margo

Foto by Margo

Foto by Margo



Lindo, né?




A visita à mina terminou tarde, então voltamos para Katowice.
No outro dia lá estava eu, de novo no trem, indo pra Wroclaw, minha parada nos próximos 5 dias. Não vou falar sobre o festival Clarimania 2013 aqui. Vou deixar para um post especial.
Wroclaw é uma cidade muito bonita. Gostei muito de ter visitado. Pessoas que sempre querem ajudar, receptividade calorosa, principalmente por parte do pessoal da Wroclaw Academy of Music. O clima estava agradável, na maioria do tempo fez entre 15º e 21º C (tirando a quinta-feira, que fez um calor miserável de 30º C). É muito fácil chegar aos lugares, os taxistas em geral falam inglês. As pessoas que trabalham nos restaurantes, bares e outros lugares que tem um fluxo grande de turistas também, apesar de ter momentos em que o inglês não serve pra absolutamente nada, como quando você está numa roda de pessoas em que todo mundo é polonês. Esse é um ponto importante: polonês não é uma língua que se pareça com nada conhecido. Ver um grupo de poloneses conversando é igual a ver um grupo de coreanos ou japoneses, você não vai ouvir nada similar ao português, inglês, espanhol ou seja lá o que for. 




Praça do mercado de Wroclaw






Depois dos dias maravilhosos do festival, voltei para Varsóvia num voo bem rápido da Lot Airlines. Eu poderia ter ido de trem, mas desisti porque queria aproveitar o pouco tempo que teria em Varsóvia e conhecer o máximo que pudesse da cidade. A primeira impressão foi a mesma de quando se chega a qualquer grande cidade do mundo. Gente de todos os lugares, acesso fácil à qualquer lugar, muita poluição visual na parte "comercial" da cidade. Entretanto essa impressão foi pelos ares quando visitei a cidade antiga. Antes de ir lá, visitei o Museu Chopin, que tem algumas relíquias interessantes, como dois pianos que pertenceram à Chopin, a máscara mortuária e até uma mecha dos cabelos dele. Foi uma visita interessante. 



Museu Chopin

Piano do Chopin


Centro de Varsóvia
Edifício do Palácio da Cultura


Arredores do hotel

  No dia seguinte visitei dois lugares importantes. Um deles é o Cemitério Judeu de Varsóvia. É um lugar que lembra o gueto de Varsóvia, onde milhares de judeus foram mortos durante a Segunda Guerra Mundial. É um lugar meio abandonado, mas ainda em atividade. É o cemitério judeu mais antigo da Europa, segundo o que eu li.





Monumento à memória das crianças assassinadas no gueto


Por último, e não menos importante, visitei a Cidade Antiga de Varsóvia. Pensar que esse lugar foi quase totalmente destruído por Hitler, nos faz ficar impressionados com a beleza e conservação. É um verdadeiro exemplo. As imagens falam por si só.



Essa foto mostra como ficou a cidade antiga logo após o fim da Segunda Guerra









Uma coisa que chama a atenção é que, não somente em Varsóvia, mas em praticamente todos os edifícios grandes que entrei em Katowice, Cracóvia e Wroclaw, você pode ver, geralmente em um lugar muito visível, fotos do edifício destruído na época da guerra e, ao lado, a foto depois que ele foi restaurado. A guerra é sempre lembrada em todos lugares e essa lembrança ainda é muito forte entre os polonoses. O campo que visitei está sempre lotado de pessoas, e em geral, todos esses lugares que lembram a época da guerra também. Chama atenção igualmente a limpeza. Todos os lugares que andei, as cidades, praças, ruas etc, são extremamente limpos e bem cuidados. Não vou ficar comparando aqui cidade A ou B, porque acho que isso é um exercício inútil, que não muda nem uma coisa e nem outra, mas a sensação de andar por um lugar limpinho é muito boa.
Infelizmente, depois desse dia, tinha que voltar ao Brasil, mas adorei conhecer a Polônia. Eu disse pra Margo que a próxima vez que for lá, vou no inverno. Obviamente sempre vão faltar coisas pra contar, mas espero que gostem e visitem a Polônia também.

Esse post acabou ficando longo  :P  Obrigado pra você que leu até aqui.


Abraço pra todo mundo!! 

  

Atualizado em 03/06/2013 *